Bolsa sobe quase 2% por Petrobras e bancos e volta aos 100 mil pontos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bolsa de Valores brasileira teve forte alta nesta terça-feira (20), impulsionada pela valorização das ações de bancos e da Petrobras. Já o dólar fechou estável, a R$ 5,61. O turismo está a R$ 5,76. O Ibovespa, principal índice acionário do país, subiu 1,91%, a 100.539 pontos, maior patamar desde 9 de setembro. Investidores estão otimistas com o relatório de produção da Petrobras no terceiro trimestre, que será divulgado nesta terça, o que levou as ações preferenciais (sem direito a voto e mais negociadas) da estatal a saltarem 3,4%, a R$ 20,18. As ordinárias tiveram ganho de 3,4%, a R$ 20,18. O setor bancário se beneficiou do resultado do banco suíço UBS, que teve crescimento de 99% no lucro líquido do terceiro trimestre, que foi de US$ 1,05 bilhão para US$ 2,1 bilhões com o aumento de receita com operações de clientes na Bolsa. Este foi o melhor resultado da empresa para o período em uma década, cujas ações subiram 2,6% na sessão. O mercado também espera uma melhora nos balanços das instituições brasileiras. Segundo relatório do Credit Suisse de domingo, as provisões contra calote dos bancos devem vir menores e as receitas com tarifas, melhores. Os analistas do Goldman Sachs também tem uma expectativa positiva para os balanços. Em relatório enviado a clientes nesta terça, ele chamaram a atenção para a performance dos papéis de bancos na América Latina, que, em alguns casos, é muito pior do que o índice de referência de ações MSCI LatAm, que acumula perda de mais de 30% no ano. No caso da bolsa brasileira, enquanto o Ibovespa perde 13% no ano, Bradesco cai 33,7%, Itaú recua 31,85%, BB se desvaloriza 38% e Santander Brasil acumula declínio de 32%. “Esperamos que a qualidade de crédito continue relativamente estável na maioria dos países, se não melhorar um pouco, com os bancos ainda se beneficiando de renegociações de crédito”, disse o Goldman. O Goldman Sachs elevou os preços-alvo de Bradesco em 8%, para R$ 26, e de Banco do Brasil, também em 8%, para R$ 41, reiterando recomendação de ‘compra’ para ambos. O Itaú Unibanco teve o preço-alvo mantido em R$ 26, com recomendação ‘neutra’; e Santander Brasil permaneceu com recomendação de ‘venda’ e preço-alvo de R$ 28. A temporada de balanços do setor começa na próxima terça (27), com Santander, seguido por Bradesco no dia 28, Itaú Unibanco no dia 3 de novembro, Banco do Brasil em 5 de novembro e BTG Pactual em 10 de novembro. Neste pregão, as ações preferenciais (mais negociadas) do Bradesco subiram 4,3%, a R$ 21,50, e as ordinárias (com direito a voto), 3,7%, a R$ 19,59. Já o Itaú teve alta de 4%, a R$ 24,29 e Santander se valorizou 2,4%, a R$ 31,69. O Banco do Brasil saltou 4,6%, a R$ 32,01. “O setor bancário ficou muito para trás na recuperação do mercado. Se provisionaram muito no primeiro semestre e não precisaram usar esse dinheiro, então a expectativa é de um resultado melhor”, diz Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. Quanto à Bolsa, a economista se diz menos confiante. “Temos essa emblemática marca de 100 mil pontos, mas há uma incerteza muito grande quanto a manutenção do patamar pelos riscos fiscais e externos”. Segundo Camila, a indefinição do Orçamento de 2021 e do financiamento para o Renda Cidadã preocupa investidores. Nos Estados Unidos, há o risco de um novo pacote fiscal não ser aprovado. Nesta terça, a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou que espera progresso sobre um novo pacote de alívio contra o coronavírus até o fim da semana e se disse otimista quanto a sua aprovação A declaração da democrata impulsionou ganhos em Wall Street. O S&P 500 subiu 0,47%, Dow Jones, 0,4% e Nasdaq, 0,33%. Além de Petrobras e bancos, a CSN teve outra forte alta do Ibovespa, com ganhos de 5,19%, um dia após pedido de registro para IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) de sua unidade de minério de ferro, CSN Mineração, que promete ser uma das maiores feitas por empresas brasileiras em 2020. Também no radar, dados do Inda mostraram que os distribuidores de aço plano elevaram compras e vendas em setembro. Já a Eztec ganhou 5,63% e MRV avançou 4,25%.

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