BC não barrou pagamentos pelo Whatsapp para proteger Pix, diz diretor

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O diretor de organização do sistema financeiro do Banco Central, João Manoel Pinho de Mello, afirmou, nesta quinta-feira (17), que a decisão do BC de suspender o serviço de pagamentos do Whatsapp, lançado em junho e barrado pelo regulador em seguida, não teve o objetivo de proteger o Pix ou os grandes bancos. O Pix é o sistema de pagamentos instantâneos da autoridade monetária, que será lançado em 16 de novembro. Ele ressaltou, em evento promovido pelo BTG Pactual em parceria com a PUC-RJ, que o BC se preocupa com a concorrência. “A medida cautelar do BC à solução de pagamentos do Whatsapp não foi para proteger o Pix ou os grandes bancos, mas para proteger a competição”, declarou Pinho de Mello. “As bigtechs [grandes empresas de tecnologia] têm que entrar, mas existem desafios regulatórios. São bem-vindas as entradas pró-competitivas, mas temos garantir que são realmente pró-competitivas, essa foi a lógica da cautelar, não é impedir ou proteger ninguém”, alegou. O diretor declarou, em referência à chegada do Pix, que o sistema de pagamentos brasileiro é eficiente, mas pode ser mais. “A indústria de cartões tem um papel importantíssimo, mas o que vamos fazer é dar mais uma opção. Basicamente todas as contas transacionais estão lá, está todo mundo capturado”, disse. Segundo o diretor, apesar da concorrência com a indústria de cartões, o sistema vai permanecer em funcionamento. “Vai aumentar a eficiência, os atores atuais são competentes, vão conseguir operar. O tamanho do bolo vai aumentar e vai ser melhor pra todo mundo”, afirmou.

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