Warren fala sobre creches e relembra bandeiras como empréstimo estudantil em discurso

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A senadora Elizabeth Warren fez seu discurso na terceira noite da convenção democrata de um centro de educação infantil em Springfield, Massachusetts, batendo em bandeiras já conhecidas de sua trajetória, como impostos para mais ricos, previdência social e cancelamento de dívidas de empréstimos estudantis. “O plano de Joe [Biden] inclui fazer os ricos pagarem impostos, responsabilizar as corporações, reparar as desigualdades raciais e combater a corrupção vista em Washington”, disse a senadora. A fala de Warren também se voltou para a estrutura que atende pais que têm filhos. “O que a Covid-19 causou a nossas crianças?”, perguntou, no início do discurso. “Já era difícil encontrar creches antes da pandemia. E agora, os pais estão presos -e não há nenhuma ideia de quando as escolas podem reabrir com segurança”. O assunto também esteve presente em uma história pessoal da senadora: no vídeo, Warren afirma que quase parou de lecionar por falta de creches onde pudesse deixar os filhos -ela foi salva por uma tia. “Aprendi uma verdade fundamental: ninguém faz nada sozinho”, disse. Mesmo assim, duas gerações mais tarde, “se você tiver um bebê e não tiver uma tia, você está sozinho”, continuou. “E aqui está o motivo disso: construímos infraestrutura como estradas, pontes e sistemas de comunicação para que as pessoas possam trabalhar. Essa infraestrutura ajuda a todos nós porque mantém nossa economia funcionando. É hora de reconhecer que o cuidado infantil é parte da infraestrutura básica desta nação.” Por fim, finalizou sua participação criticando a resposta da administração Trump em controlar o coronavírus. “A Covid-19 foi o grande teste de Trump. Ele falhou miseravelmente”. Warren foi um dos 23 nomes que brigaram pelo posto de candidato da oposição ao presidente Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro. Depois de encerrar sua própria candidatura, a senadora declarou em abril seu apoio a Biden. Com uma campanha de viés progressista, ficou conhecida pelo discurso de combate à desigualdade social e por críticas ao sistema financeiro. Sua grande bandeira era eliminar débitos estudantis de até US$ 50 mil (R$ 200 mil), o que beneficiaria 42 milhões de americanos. Ao lado de Bernie Sanders, ela foi levada para o centro da campanha de Biden em uma tentativa de atrair o apoio de jovens e latinos. Antes de Warren, a terceira noite da convenção democrata teve a participação de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, e da ex-secretária de Estado, Hillary Clinton. Clinton usou o seu discurso para tentar afastar o trauma da derrota por Donald Trump na corrida pela Presidência em 2016. Naquele ano, a alta abstenção nas urnas prejudicou a votação de Hillary entre jovens e minorias. A ex-secretária de Estado reforçou o pedido para que as pessoas não deixem de votar em novembro. A jovem artista Billie Eilish, vencedora de quatro prêmios Grammy, também fez uma performance nesta quarta-feira (19). Antes da apresentação, ela incentivou americanos a votar e fez críticas ao atual presidente. “Vocês não precisam de mim para dizer que as coisas não estão bem”, disse. “Donald Trump destruiu nosso país”. A convenção democrata começou na segunda (17) e termina nesta quinta (20), com a formalização da chapa dos centristas Biden e Kamala (pronuncia-se Kâmala) à Presidência dos Estados Unidos. Desde então, os democratas contam com um leque de oradores de diferentes matizes que consolida um amplo arco anti-Trump em torno de Joe Biden.

Deixe um comentário