SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Grupo Itapemirim deve começar a operar rotas aéreas no próximo ano com uma frota de dez aviões. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (19) pelo executivo Tiago Senna, presidente da nova unidade de negócios da empresa em live com um canal especializado em aviação. No início do ano, Sidnei Piva, presidente do grupo, havia anunciado um aporte de US$ 500 milhões de um fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos, após viagem ao país com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O plano era investir na criação de uma companhia aérea e na expansão da frota rodoviária. Segundo Senna, há investimentos também de fundos nacionais e americanos. Apesar da conjuntura de crise do setor aéreo, a Itapemirim entende que o momento é propício para negociação para quem está com dinheiro. A Ita Transportes Aéreos deve começar operando a partir de três hubs principais: Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Brasília. O modelo de avião escolhido é o A320. Segundo Senna, pesou na escolha a dificuldade de conseguir os aviões, dado que muitos países estão com as fronteiras fechadas e companhias em dificuldade financeira têm devolvido aeronaves sem manutenção. Dos 10 aviões previstos para voar na frota no próximo ano, 8 estão na Europa e 2 na Índia, país cujo lockdown dificulta a vinda ao Brasil, diz o executivo. A frota deve ser amarela, assim como os ônibus da viação do grupo. Até a próxima semana a companhia vai iniciar o processo seletivo de tripulantes. O plano é contratar nessa fase cerca de 600 profissionais, dentre eles 170 tripulantes técnicos e 300 comissários. Senna avalia que o momento hoje não é de competição acirrada, o que facilita a entrada de um novo competidor no mercado. “Todos estão tentando se segurar no mercado”, afirma. O plano da Itapemirim é firmar parcerias estratégicas e aproveitar a lacuna aberta com a saída da Avianca e a redução da operação da Latam, que demitiu quase 40% de seu quadro de tripulantes na última semana. “Mesmo que haja retomada do mercado, ainda vai ter muito espaço para novos entrantes. É momento de sinergia e não de competição”, diz Senna. O processo de recuperação judicial da Itapemirim, que transcorre desde 2016, não afeta a operação aérea do grupo, desatrelada do processo, segundo o executivo.