AVARÉ, SP (FOLHAPRESS) – O apelido “Menino Ney” cai bem para o Neymar quase tão presente nas páginas de celebridades quanto nas esportivas. Em 2020, porém, o jogador vive uma mudança. O bom desempenho em campo, que já vinha de antes da pandemia de Covid-19, se manteve na retomada e ocorre ao mesmo tempo em que o atacante exerce um papel crescente de liderança no PSG. Uma prova desse fenômeno vem das próprias redes sociais. O apelido “Adulto Ney” viralizou no início do ano, em contraposição ao anterior “Menino Ney”, após uma reportagem afirmar que o craque não faria uma festa de arromba ao completar 28 anos. Os fãs, então, criaram a alcunha que simboliza a passagem para a vida adulta. Embora a festa tenha ocorrido, tal como nos anos anteriores, o apelido pegou e voltou à tona na última quarta-feira (12), quando Neymar foi decisivo no duelo do PSG contra a Atalanta pelas quartas de final da Champions League, com assistência e dribles. O atacante dominou também o Twitter, principal termômetro digital. Os dois assuntos mais comentados da plataforma naquele dia no Brasil foram “Neymar” e “Adulto Ney”. O futebol entrar para essa lista não é nenhuma novidade e acontece com regularidade até em alguns jogos modorrentos do Campeonato Brasileiro. A comoção em torno do nome de Neymar nos últimos dias nas redes, no entanto, mostra que há algo diferente em andamento. Segundo o Buzzmonitor Trends, ferramenta de monitoramento de redes, a quarta (12) foi o dia com mais menções a Neymar no Brasil em 2020, com mais de 90 mil aparições. Seu perfil no Facebook, que tem 60 milhões de seguidores, por exemplo, acumulou na semana de 9 a 15 de agosto 2,3 milhões de interações (soma de curtidas, comentários e compartilhamentos). É o melhor desempenho desde a semana de 17 a 23 de junho de 2018, em plena Copa do Mundo da Rússia, quando obteve 2,4 milhões. O comportamento de Neymar em campo e fora dele contribui para uma polarização em torno de seu nome e ofusca inclusive seus vários momentos de brilho em campo. Por isso, em jogos do atacante, seja pela seleção, Barcelona ou PSG, sentimentos antagônicos de idolatria e repulsa sempre foram muito visíveis nas redes. No jogo da última quarta, essa divisão ficou bem nítida no Twitter, recheado de três tipos principais de postagens: os fãs de Neymar, unidos numa corrente pelo craque, a turma do contra, que sempre acha um motivo para criticá-lo, e, por fim, quem não fazia ideia de por que Neymar estava sendo tão comentado. É provável que isso se repita nesta terça (18), na partida contra o Leipzig pela semifinal da Champions. A disputa pela narrativa de qual é o verdadeiro Neymar deve mais uma vez dominar as redes sociais.