RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Após aceitar uma proposta do Olympiacos (GRE), o lateral-direito Rafinha se despediu do Flamengo na tarde desta segunda-feira (17). Em entrevista no CT Ninho do Urubu, o agora ex-camisa 13 se emocionou e não segurou as lágrimas. “Realizei sonhos aqui. Fui campeão do Brasileiro, da Libertadores, conquistei títulos com o Flamengo. Isso foi a parte mais importante desse ano que passou. Todo mundo sabe, meus companheiros estão aqui e são prova disso. Dei meu sangue toda vez que entrei em campo. Em alguns momentos, fui para o sacrifício, principalmente ano passado, quando tive lesão no rosto, mas pelos meus companheiros encarei, e deu resultado”, disse. “Acho que, para mim, é um prêmio, aos 34 anos, receber proposta de clube europeu. Isso é um desafio também. Minha cabeça está tranquila e o que puder fazer para ajudar esse clube, mesmo de longe, eu vou. Meu coração vai ficar aqui, deixei raízes aqui”, completou. O ex-jogador do Flamengo salientou que não foi apenas o lado esportivo que pesou para que ele tomasse a decisão de aceitar defender o Olympiacos nas próximas temporadas. “Envolve muita coisa. Além do clube, tem a família. Foi muito rápido. Recebi a proposta na quarta [12], antes do jogo com o Atlético-GO. Sabia de interesse de outros clubes, tive proposta, mas nada que tivesse mexido. Foi uma decisão muito rápida. Tenho família e filhos, e isso pesou. Tive de tomar uma decisão rápida e foi isso que aconteceu”, afirmou. O jogador ressaltou que a diretoria rubro-negra fez uma boa contraproposta e se esforçou pela permanência dele na Gávea. Ele contou ainda que, inicialmente, teria uma reunião nesta semana com a cúpula para conversar sobre a renovação de contrato. “Não é que (a renovação) não tenha avançado. Já tinha uma reunião marcada com o Flamengo essa semana, e aconteceu isso na quarta. O Flamengo fez de tudo para que eu permanecesse. Eu também tive de pensar muito para decidir sobre isso. Também tenho minha vida, minha família, e tenho poucos anos de futebol. O Flamengo fez de tudo. Mas é um momento de cabeça tranquila. Vou sabendo que o dever foi cumprido. É mais um desafio que vou encarar.” Questionado sobre o chileno Mauricio Isla, do Fenerbahçe (TUR), apontado como seu provável substituto, Rafinha avaliou que, caso a contratação aconteça, o clube rubro-megro estará bem servido na lateral direita. “É um grande jogador. Procurei tirar informações. Jogou com o Vidal na seleção chilena por muito tempo. Vem para um grande clube. Se o acerto se concretizar, Flamengo estará bem servido. (Isla) Tem uma carreira na Europa. Desejo toda a sorte do mundo. Vem para um dos maiores clubes do mundo, o maior do Brasil. Não tem melhor referência para um jogador.” Pouco antes do início de seu pronunciamento, Rafinha foi surpreendido pelo atacante Gabriel Barbosa, o Gabigol, que entrou na sala de imprensa com diversas garrafas de Gatorade na mão. Em tom de brincadeira, disse “Não vai chorar, né? Chorão” e deu um abraço no lateral-direito. Quando chegou ao Flamengo, Rafinha foi alvo de piadas de torcedores rivais, que classificaram o jogador pejorativamente como “entregador de Gatorade” pelos seus tempos de Bayern de Munique (ALE), em que foi reserva de Philipp Lahm por diversas vezes. Após o título do Campeonato Carioca deste ano, em resposta, o ex-camisa 13 rubro-negro distribui o isotônico aos companheiros.