SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os fãs de Marisa Orth podem comemorar. A atriz de 56 anos iniciará um período “estourada na TV”, como ela mesma define. Isso devido às reprises e à sua estreia no elenco do humorístico Zorra (Globo), que inicia a sexta temporada neste sábado (15). “Só não estarei no ar aos domingos”, afirma ela. Marisa é uma das “novatas velhas” do programa, que retorna à TV todo inédito graças às gravações à distância, feita na casa de cada integrante do elenco. Além dela, a nova temporada terá também o reforço do ator Diogo Vilela, 62. O convite à dupla foi feito ainda no final do ano passado, mas a estreia acabou adiada pela pandemia. “Foi um convite maravilhoso. Gosto desse sistema de coleção de humoristas, um cardápio. Pode parecer mentira, mas a gente já assiste regularmente em casa. E é importante essa renovação do elenco. Além disso, estou achando o humor a coisa mais animada no Brasil atualmente, dramaturgicamente falando”, afirma ela. Mas não é apenas no Zorra que os fãs podem acompanhar Marisa Orth. Ela está no ar na reprise de “Toma Lá, Dá Cá” (Globo, 2007-2009), aos sábados, e poderá ser vista ainda no retorno da novela “Haja Coração” (Globo, 2016), que substituirá “Totalmente Demais” na faixa das 19h da Globo, em outubro. Mas quem pensa que a atriz está animada para rever suas várias fases na TV está enganado. “Detesto me ver, mas depois que passa um tempo eu até gosto, porque sei que estou mais feia agora. Já passou tempo suficiente para eu gostar”, afirma ela, que revela ser muito insegura, apesar do sucesso. “Sou profundamente insegura”, afirma Orth, sobre beleza e envelhecimento. “A gente faz o melhor que dá, mas não me preocupo muito, não é fundamental. E todo ator é inseguro. Ou você pensa que é normal continuar brincando quando os outros estão aplaudindo? A gente não tem talento, a gente tem sequela”, brinca. GRAVAÇÕES EM CASA Essas “sequelas” agora serão vista direto da casa dos atores, como medida de segurança devido à pandemia do novo coronavírus. Marisa Orth conta que venceu todos os medos de mostrar sua casa, e até o filho ela colocou para trabalhar e fazer pontas no programa, além do cachorro, que também aparecerá. A atriz conta que algumas coisas melhoraram por estar em casa, como a divisão de trabalho. Segundo ela, em estúdio, as gravações costumam ser feitas de acordo com os cenários, o que exige que os atores façam cenas em diferentes dias. Agora, cada ator está tendo um dia ou dois para fazer todas as suas cenas. Por outro lado, Orth afirma ter trabalho extra em casa por causa de algumas preparações técnicas, relativas à iluminação e até mesmo figurino. “Antes era decorar o texto e ir gravar, agora a gente começa duas horas antes, tem que ver todos os looks, fotografar. Os figurinistas estão recebendo vários nudes meus [risos].” “Como atriz, eu fico preocupada com o tom que vou estar. Tenho medo de estar berrando muito, de estar a vontade de mais. Mas em relação aos outros pontos, as questões técnicas, eu tento curtir, tem que curtir. Mas dá trabalho”, afirma. Ela também conta como escalou o filho, João Antônio, 21, que está no último ano do curso de cinema, para ajudá-la. “Eu falei ‘amigão, sobrou pra você’. Além de ser mais familiarizado com essas coisas de tecnologia, a gente conseguiu fazer uma produção muito legal. Acho até que foi um ganho muito grande para nossa relação. Nós brigamos a beça, mas estou conhecendo um outro João, e ele está conhecendo uma outra mãe.” Além da participação do filho e do cachorro, Marisa conta que uma vizinha também tentou uma chance no Zorra com as gravações em casa. Ela teria proposto fazer um papel de vizinha fofoqueira em cima do muro. “Eu falei ‘não amiga, eles ainda não absorveram’, mas não vou estranhar se acontecer essa cena”, afirma a atriz. CONHECENDO SÃO PAULO Apesar da retomada das gravações do Zorra, Marisa Orth também teve alguns compromissos profissionais suspensos nos últimos meses devido à pandemia do novo coronavírus. Agora, no entanto, ela está com projeto para voltar aos palcos, mas no sistema drive-in. “Vou fazer uns dois ou três shows de música e humor. Está quase fechado, mas falta bater o martelo. Vai ser no Pacaembu, entre agosto e setembro. Será um festival com muito humor, teatro, stand-up, e para crianças também. Vai ter ‘Detetives do Prédio Azul’, o humorista Rodrigo Santa’Anna…”, afirma a atriz. O isolamento social, no entanto, continua e a atriz tem passado esse tempo em sua casa em São Paulo. Segundo ela, esse período acabou sendo dedicado às caminhadas, a ponto dela se descrever como uma “andarilha”. “Virei uma caminhadora, uma andarilha. Mas só em lugares vazios, nada de aglomeração.” “Ando por São Paulo inteira. E a máscara é bacana, porque eu coloco e fico crente que ninguém me reconhece [risos]. Além disso, tenho cozinhado mais e comecei a ver séries, fui picada por esse monstrinho. E melhorei muito tecnologicamente. Cada semana aprendia uma ferramenta nova. É aquela situação em que você aprende ou aprende.”