SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem de 53 anos foi preso na segunda-feira (10), no Mato Grosso do Sul, onde, segundo a polícia, estava foragido há quase um mês, sob a suspeita de cometer um estupro na capital paulista em outubro do ano passado. Ele foi transferido para São Paulo na terça-feira (11), onde é investigado por ao menos quatro crimes sexuais, incluindo o que motivou a prisão. O Agora apurou que o suspeito registrou, em vídeos feitos com celular, estupros realizados nos últimos quatro anos. Por isso, a polícia estima que o homem possa ter estuprado mais de dez mulheres. O material é analisado para a identificação de possíveis vítimas. Um estupro atribuído ao suspeito, em outubro do ano passado, deu início às investigações da Polícia Civil. Segundo o delegado Wilson Roberto Zampieri, titular do 6º DP, ele trocou mensagens com uma vítima, prometendo uma vaga de emprego. Eles marcaram uma conversa e, após se encontrarem, o homem teria convencido a mulher a acompanhá-lo até um hotel no Cambuci (região central da capital paulista), onde ele teria dito que ocorreria uma seletiva para a falsa vaga de emprego. No quarto, ele a ameaçou de morte, mentindo ser policial civil, e a estuprou, de acordo com o delegado. A mulher registrou a denúncia contra o suspeito em 26 de outubro. Após cerca de dez meses de investigação, a polícia identificou o desempregado e começou a procurá-lo em endereços na capital paulista e na Grande SP. Em 16 de julho, dois investigadores localizaram o homem dentro de um carro, em Itapecerica da Serra (Grande SP). Quando um dos agentes, uma mulher, se aproximou do veículo, o suspeito acelerou e jogou o carro para cima da policial, segundo boletim de ocorrência. A investigadora chegou a dar um “tiro de advertência”. Na sequência, ainda de acordo com a polícia, o suspeito jogou o carro para cima do outro investigador, que também atirou. Ninguém se feriu. O veículo foi encontrado abandonado na rua Lisboa, a cerca de 1 km do local da abordagem. No dia seguinte, a Justiça decretou a prisão temporária, por 30 dias, do desempregado. A prisão Segundo a polícia, a investigação apontou que o suspeito estava escondido em uma área rural de Mato Grosso do Sul. “Acionamos a Polícia Civil da região e investigadores de lá ficaram sabendo da chegada de um estranho na região rural e, por isso, descobriram onde o suspeito estava. Ele foi preso em seguida”, explicou o titular do 6º DP. Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, o suspeito estava havia há quase um mês em uma fazenda na região da cidade de Brasilândia, cerca de 280 km da capital Campo Grande. Caso tenha sido vítima do suspeito procure o 6º DP no telefone (11) 3208-6065 ou ligue para o Disque Denúncia (181). Defesa alega inocência O advogado Carlos Eduardo Pereira da Silva, que defende o suspeito preso, afirmou que seu cliente “nega com veemência” ter cometido crimes sexuais. “Segundo o que foi dito a mim, em particular, jamais houve por parte dele a prática de violência ou grave ameaça contra quem quer que seja”, afirmou o advogado. Sobre a acusação de tentativa de atropelamento dos dois policiais civis, o defensor afirmou que seu cliente “jamais teve a intenção de matar alguém”. “Acrescentando, inclusive,, que no momento em foi abordado pelos policiais do 6º DP, os confundiu com bandidos e pensou se tratar de uma tentativa de homicídio contra si, motivo pelo qual saiu do local dos fatos daquela forma”, disse. O suspeito não tem antecedentes criminais.