Caixa Seguridade retoma IPO e vai ao segmento de maior governança na Bolsa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Caixa Econômica Federal quer retomar o processo de abertura de capital de seu braço de seguros na Bolsa de Valores brasileira. O banco protocolou junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), nesta quarta-feira (12), os pedidos para retomada do registro da oferta pública de distribuição secundária de ações da Caixa Seguridade e de listagem no Novo Mercado -segmento de mais alto nível de governança da B3. A oferta, agora, será secundária, ou seja, o dinheiro arrecadado irá para a Caixa Econômica, e não para a Caixa Seguridade. No segmento de Novo Mercado, as companhias assumem, voluntariamente, políticas de governança acima do que exige a legislação. A listagem no setor também só permite a emissão de ações com direito a voto (ordinárias). O segmento é recomendado para ofertas grandes e a todos os tipos de investidores. O pedido ocorre após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) editar, na semana passada, uma MP (Medida Provisória) para permitir que a Caixa abra o capital das suas subsidiárias, entre elas a de seguros e cartões. A MP encaminhada ao Congresso autoriza as subsidiárias do banco público a incorporar ações de outras sociedades empresariais e a adquirir controle societário ou participação minoritária em empresas privadas. Em 16 de julho, o banco já havia anunciado a retomada do processo de IPO, interrompido em março em razão da crise do coronavírus. A expectativa do mercado é que a Caixa Seguridade levante mais de R$ 10 bilhões com a operação, que teria potencial para ser uma das maiores ofertas do ano. Analistas também alimentam a expectativa de que a oferta inicial de ações da Caixa Cartões ocorra em breve e seja concluída até o ano que vem. Na fila para a entrada na Bolsa brasileira, ainda estão as Lotéricas e a Caixa Asset Management (braço de gestão de recursos do banco). Em maio, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, já havia afirmado que apesar de a abertura de capital de suas companhias ser uma prioridade, os IPOs não seriam feitos a qualquer preço. “Tudo é uma questão do impacto econômico e social da pandemia, e existe zero chance de abrirmos capital para vender a qualquer preço. Só faremos o IPO quando o mercado precificar o que achamos que vale”, disse Guimarães na época. Além do ambiente propício para a precificação das ações, também é considerado importante concluir uma avaliação sobre os impactos que o IPO da Caixa Seguridade poderia ter na operacionalização de suas joint ventures (associação entre duas empresas) em fevereiro de 2021. A Caixa Seguridade já anunciou duas joint ventures: uma com a Tokio Marine, para vender seguro habitacional e residencial, e outra com a Icatu Seguros, para capitalização. O IPO será coordenado por um grupo de bancos, que inclui, além da própria Caixa, os americanos o Morgan Stanley e Bank of America, o suíço Credit Suisse, bem como Itaú BBA e Banco do Brasil.

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