Casa Branca informa que Trump está bem, sem suporte de oxigênio e em terapia com remdesivir

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O último boletim emitido pela Casa Branca sobre a saúde de Donald Trump, 74, informa que o presidente dos Estados Unidos está “muito bem”. Na madrugada desta sexta (2), Trump anunciou que ele e sua esposa, Melania, receberam diagnóstico de Covid-19. “Ele não está precisando de oxigênio suplementar, mas em consulta com especialistas, escolhemos iniciar a terapia com remdesivir”, diz o comunicado assinado pelo médico da Casa Branca, Sean Conley. O remdesivir é um medicamento antiviral desenvolvido inicialmente para o combate do vírus ebola, mas a FDA (agência de vigilância sanitária dos EUA) autorizou, em agosto, seu uso emergencial para tratamento da Covid-19 em pacientes adultos e pediátricos. “Ele completou sua primeira dose e está descansando confortavelmente”, diz o comunicado. Apesar de ter incentivado o uso de hidroxicloroquina e dito que a usava como método de prevenção, o líder americano até agora não tomou o medicamento, cuja eficácia contra o coronavírus não tem comprovação científica. No fim da tarde desta sexta, o presidente foi transferido para o hospital militar Walter Reed na cidade de Bethesda, em Maryland, para que possa receber atendimento médico imediato caso seja necessário. Desde o anúncio do diagnóstico, Trump recebeu mensagens de diversos líderes mundiais e outras personalidades, incluindo seu adversário na eleição de 3 de novembro, o democrata Joe Biden, e o dirigente chinês, Xi Jinping, com quem o presidente tem travado uma espécie de Guerra Fria 2.0, que envolve questões econômicas e geopolíticas, da pandemia de Covid-19 à autonomia de Hong Kong. Ambos desejaram a Trump e Melania uma rápida recuperação, à semelhança de autoridades como o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e o presidente russo, Vladimir Putin. Biden e sua esposa, Jill, também fizeram testes para detecção do coronavírus e os resultados foram negativos. Havia risco de que o democrata tivesse se contaminado durante o debate eleitoral da última terça-feira (29). Ainda é cedo, entretanto, para descartar completamente a possibilidade de infecção devido à chamada “janela imunológica”. Neste período, o indivíduo pode ter se contaminado, mas o organismo ainda não teve tempo de produzir anticorpos e, portanto, os testes podem apontar falsos resultados negativos. Neste sábado, Biden usou as redes sociais para reforçar a orientação sobre o uso de máscaras como prevenção contra o coronavírus. “Usar uma máscara irá protegê-lo. Mas também protegerá aqueles ao seu redor -sua mãe, seu pai, seu filho, sua filha, seu vizinho, seu colega de trabalho”, escreveu o democrata. “Seja um patriota. Faça sua parte.” Trump foi visto usando máscara em público em raras ocasiões, uma delas nesta sexta quando caminhava, sozinho, até o helicóptero que o levaria ao hospital em Bethesda. Durante o debate, chegou a zombar do adversário democrata dizendo que ele usava uma “máscara grande demais”, em mais um exemplo da postura contrária ao conhecimento científico sobre o risco de propagação do coronavírus. Na noite de sexta, o ex-presidente Barack Obama e a candidata à vice-presidência na chapa de Biden, Kamala Harris, abriram um evento virtual de campanha novamente expressando solidariedade ao presidente e à primeira-dama. “Mesmo quando estamos no meio de grandes batalhas políticas com muita questões em jogo, somos todos americanos e somos todos seres humanos, e queremos ter certeza de que todos estão saudáveis”, disse Obama. Kamala ofereceu “as mais profundas orações” ao casal e disse que a situação deve ser “um lembrete a todos nós de que devemos permanecer vigilantes e cuidar de nós mesmos e uns dos outros”. Nas redes sociais, entretanto, muitos usuários tem desejado a morte ou a incapacitação de Trump. O volume de publicações com esse teor levou a equipe de comunicação do Twitter a reforçar a aplicação de uma das políticas da rede. “Tuítes que desejam morte, lesões corporais graves ou doenças fatais contra qualquer pessoa não são permitidos e deverão ser removidos”, escreveu a equipe.

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