Marcos Pontes exalta vacinas brasileiras e minimiza polêmica sobre a CoronaVac

CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) – O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, exaltou pesquisas feitas no Brasil ao ser questionado sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de não comprar a vacina chinesa CoronaVac contra o novo coronavírus. “Estamos financiando 15 protocolos de vacinas diferentes. O Brasil tem uma capacidade muito boa no desenvolvimento. Demora algum tempo. Tem que ser segura, ser eficiente e ter qualidade. Mas pode ser feita com cientistas brasileiros em laboratórios brasileiros”, disse o ministro após participar do lançamento de uma estação experimental parte do acelerador de partículas Sirius, em Campinas (SP). A máquina mais cara e sofisticada da ciência brasileira, na qual elétrons ultrarrápidos emitem radiação síncrotron, um tipo especial de luz, que serve para estudar a estrutura de moléculas e cristais, já realiza pesquisas relacionadas ao combate da Covid-19. Bolsonaro também esteve presente no evento, mas foi embora logo após a cerimônia, sem falar com a imprensa. O Ministério da Saúde anunciou na terça (20) a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac em parceira com o Instituto Butantan. Nesta quarta (21), no entanto, Bolsonaro desautorizou Pazuello e o governo cancelou o protocolo de intenções do Ministério da Saúde que previa a compra. Pontes se absteve de comentar a decisão do governo e disse que a compra de vacinas é responsabilidade do Ministério da Saúde. “Políticas de saúde é com o [ministro Eduardo] Pazuello.” O ministro também tergiversou sobre a polêmica em torno da obrigatoriedade ou não de vacinar a população quando houver uma imunização aprovada. “Eu não sou especialista de nada disso. O que eu penso é que se você tem uma coisa testada, comprovada, passou por todos os testes, como é o caso da vacina [contra tuberculose] BCG, tudo bem, não tem problema nenhum. Mas obrigar uma pessoa a testar algo eu acho complicado.” Questionado sobre uma apresentação do Ministério da Ciência e da Tecnologia feita na terça (20) sobre o vermífugo nitazoxanida com um gráfico genérico e falta de dados, o ministro criticou a cobertura da imprensa. O gráfico não tinha números, foi obtido da internet e não tinha relação com a pesquisa. “O que desinforma são esses tipos de notícia focando alguma coisa que não tem o menor sentido. Temos no Brasil um medicamento que reduz a carga viral. Essa é a informação importante.”

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